11 abril 2011

Gerações X, Y e ´baby boomers´: quem são?

X, Y, Z. Letras que fugiram do alfabeto para definir gerações. E por que será que hoje tanto se fala na tal “Geração Y”?! O que ela tem de diferente das outras gerações de jovens?  Será que você faz parte dela?   Muitos adjetivos tentam classificar os nascidos entre o começo dos anos 80 e o final da década de 90: imediatista, superficial e insubordinado são alguns deles. Mas estas não são as características mais importantes da chamada “Geração Y”. O que mais chama atenção nesses jovens é o fato de eles terem nascido em uma época de grandes avanços tecnológicos e, conseqüentemente, estarem o tempo todo conectados e cercados de informações por todos os lados. Esta é a primeira geração que não precisou aprender a dominar as máquinas, mas nasceu com elas; são os “nativos digitais”, que cresceram sob a influência direta da internet.   

"A internet foi o grande diferencial dessa geração de jovens em relação as outras juventudes. Assim como a televisão influenciu os jovens da década de 60 e 70. A internet, de uma certa forma, transformou o comportamento de todas as pessoas", explica Sidnei Oliveira, consultor especialista em gerações. 
Aos 24 anos, André de Oliveira tem a tecnologia presente em 100% do seu dia-a-dia. Seja em casa, no trabalho ou na hora de se divertir. Ele reconhece essa facilidade da sua geração; tem tudo muito fácil, a um clique de distância - o que ajuda muito, mas às vezes acaba sufocando.
"É ´information overload´. Você se sente todos os dias massacrado por uma quantidade gigante de coisas e isso vai te deixando angustiado. É aquela coisa, você abre o e-reader e sabe que mesmo se não fizesse nada o dia inteiro não daria pra ler aquela quantidade de coisas", conta André Lucas de Oliveira, publicitário.
Outra característica muito marcante desta geração é o fato de ser multi-tarefa. Não é raro você encontrar um jovem Y conversando com amigos no computador, ouvindo música e enviando mensagens pelo celular... tudo isso enquanto trabalha. Surpreendente é que eles conseguem lidar com isso.  "Eu, por exemplo, vejo meu filho abrindo tanta janela no computador que eu fico confuso. Quando eu tenho dúvidas, eu pergunto pra ele como faz. Porque eu já não consigo mais digerir aquele número de informação, mas ele consegue perfeitamente", diz Aleksandar Mandic, empresário e um dos pioneiros da internet no Brasil.

André também é assim. Não consegue trabalhar sem música nos ouvidos e está acostumado a fazer várias coisas ao mesmo tempo. Mas ainda não sabe se isso é bom ou ruim. "Essa multiplicidade que a gente vive tem o lado negativo, que é a dificuldade extrema de conseguir ter foco e, ao mesmo tempo, a gente fica meio dependente desse raciocínio multitasking. Então, se eu não tô com fone, eu não consigo trabalhar, escrever ou fazer uma apresentação. Eu não consigo me concentrar ", conta André. Segundo Sidnei, tem uma coisa que se vê muito nessa geração, que é a dificuldade de manter foco. "Como o mundo é cheio de possibilidades e alternativas, ele fica com medo e não se dá muito bem com o fracasso. Para não perder, ele evita escolher", explica. 

Claro, os jovens “Y” têm ponto de vista e valores diferentes das gerações anteriores. Provavelmente seus pais e avós se perderiam em meio a tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo. Além disso, com muito mais liberdade de expressão, essa “Geração Y” tem outras preocupações e tenta sempre postergar compromissos e responsabilidades. Mas tem suas causas e estão, sim, preocupados em construir um mundo melhor. Assim como jovens de todas outras gerações, eles também são ansiosos e rebeldes.

"Todo jovem é meio ansioso, irreverente, rebelde e contesta a realidade que ele tá. Isso não é a geração Y. Eles são jovens como era a X, ou a Baby Boomer. Talvez no aspecto de rebeldia, a geração Baby Boomer, que é da década de 50, foi muito mais intensa e contestou muito. Todo jovem tem as mesmas características", explica o consultor. Com todas as suas peculiaridades, essa geração chama ainda mais atenção porque está tomando conta agora do mercado de trabalho no Brasil e em outros países. Eles serão o grande vetor de mudança e em questão de tempo, sim, vão dominar o mundo.   
  
Entenda de onde veio essa classificação e o que o mundo pode esperar das novas gerações.

Geração Y: Os nascidos nos anos 1980 e início da década de 1990.

Chamados de Geração Y, estes jovens nascidos entre as décadas de 80 e 90 têm características muito especiais, pois foram os únicos que acompanharam a revolução tecnológica desde pequenos. Eles se conectaram desde cedo com o mundo digital e aprenderam na raça como incorporar em seu cotidiano as novas tecnologias, conseguindo, assim, desenvolver competências diferentes das gerações anteriores: a Baby Boomers e Geração X.   


Durante os anos 90, as tecnologias criadas na década de 80 foram aperfeiçoadas e popularizadas, entre elas, o computador, a internet e o telefone celular. A internet passou a ser uma nova mídia e conceito que mudou todo o comportamento das pessoas, em especial destes jovens. A internet trouxe um mundo de infinitas possibilidades, sendo uma ferramenta muito útil para explorar diversos assuntos e, consequentemente, permitindo que eles desenvolvessem ainda mais a curiosidade e capacidade para mexer com estas tecnologias.

Aliás, isso também possibilitou o desenvolvimento da independência, já que eles podiam achar as respostas para suas dúvidas facilmente, rapidamente e, principalmente, sozinhos. Portanto, eles estão se tornando uma geração mais crítica, pois possuem ferramentas para questionar, desafiar e discordar. Não aceitam explicações simples e óbvias. A internet permite debates em tempo real com pessoas de diferentes lugares e idades por meio de bate-papos e fóruns, o que os torna jovens mais questionadores e prontos para mudar o que julgam não estar certo. O lado negativo desse ambiente online é que os jovens podem perder suas habilidades sociais.   

Com o ritmo acelerado da tecnologia, eles se tornaram especialistas na realização de multitarefas, além de serem efêmeros, imediatistas e bem informados, mesmo que com certa superficialidade e um comportamento alienado ou mesmo despreocupado em relação aos problemas sociais e ideológicos. Apesar disso, essa ainda é uma geração curiosa, empreendedora, flexível, colaboradora, que concebe bem a necessidade e o momento em que vivemos de troca de informações e partilhas de vivências e conhecimentos.  

Para cada grupo particular, esses jovens receberam um nome. Dessa forma, não existe ainda um termo generalizado. O nome Geração Y, por exemplo, originou-se como sucessor da Geração X, termo criado para designar os nascidos entre a década de 60 e 70.  
 
Geração X: O início da internet. Os bebês dos anos 1960/1970


Nos Estados Unidos, o termo Geração X foi, inicialmente, referido ao período do "baby bust", ou seja, a geração pós-baby boom, quando as famílias começaram a ter menos filhos por casal. No Reino Unido, o termo foi utilizado primeiramente em 1964, em um estudo sobre a juventude britânica, que revelou uma geração de adolescentes com hábitos e preocupações diferentes das gerações anteriores. Eram jovens que dormiam juntos antes que estivessem casados, não acreditavam em Deus, não gostavam da Rainha e não respeitavam os pais.  

Essa geração viveu em uma sociedade onde havia descrença no governo, falta de confiança na liderança, apatia política, aumento do divórcio e do número de mães que transformaram a maneira de se relacionar com a sociedade. Foi a partir dessa geração que surgiram as preocupações com a destruição ambiental e as questões ecológicas. Este foi o início da internet e o fim da Guerra Fria, outra característica cultural marcante da Geração X.  

Os Baby Boomers: A geração da TV (1950/1960)

Os Baby Boomers compreendem os nascidos entre a década de 1950 e 1960. O termo "Baby Boomer" é usado como referência aos “filhos” do baby boom, explosão demográfica pós-Segunda Guerra Mundial, que ocorreu em maior escala nos Estados Unidos, Canadá e Austrália.  

Mais do que uma explosão demográfica, essa foi uma transformação cultural. A ascensão da televisão moldou o comportamento desses jovens, visto que ela servia como mensageira e mobilizadora, e ainda retratava a juventude como um grande acontecimento. Essa geração participou da revolução dos anos 1960,  o que mudou não só o papel das mulheres na sociedade, mas também o papel dos jovens. Eles desenvolveram sua própria cultura, pelo fato de existir um grande abismo entre eles e seus pais. Devido a isso, criaram seu estilo de vida próprio e tinham a televisão como principal ferramenta de comunicação.  

Dessa geração surgiram os ideais de liberdade, o feminismo e os movimentos civis a favor dos negros e homossexuais. O comportamento hippie também surgiu nessa época e junto a ele, protestos contra a Guerra Fria e a Guerra do Vietnã. No Brasil, a geração foi marcada pelos festivais de música, que eram uma forma de expressão político-ideológica dos jovens diante da repressão e censura da ditadura militar. 
 

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