Características básicas do CLP e dicas de montagem, calibragem e distribuição de aparelhagem em automatismos de pequena complexidade.
Eng.º Filipe Pereira
Automação no âmbito industrial
Existem duas formas básicas de realizar o Controle de Processos Industriais: o Controle em Malha Aberta e em Malha Fechada
Através dos sensores, o sistema de controle recebe a confirmação das ações desenvolvidas sobre o processo pelos atuadores.
Os tipos de processos indutriais são:
• Contínuos: as matérias primas entram permanentemente no processo (início do processo) e saem de forma contínua no outro extremo, com o aspecto de produto acabado;
• Descontínuos: recebe na entrada uma determinada quantidade de peças, sobre as quais se realizam as operações neccessárias para se produzir um produto final.
• Discretos: o processo pode ser decomposto numa série de operações realizadas sequencialmente de forma que para se realizar uma determinada operação seja necesário que se tenham realizado corretamente as anteriores. Exemplo: Fabricação de uma peça. A partir de uma barra, corte uma peça com as dimensões estipuladas; transporte a peça para a base da máquina de furar; realize o 1º furo; realize o 2º furo; evacue a peça.
Controladores Sequenciais
Os controladores sequenciais podem ser:
• Assíncronos: A transição entre estados verifica-se no mesmo momento em que se produz uma variação nas variáveis de entrada;
• Síncronos: A transição para um determinado estado só se verifica em função das variáveis de entrada e da variável interna (associada ao estado anterior) sincronizadas por um sinal de relógio (clock) de frequência fixa.
Autômato programável ou controlador lógico programável (CLP) é todo o equipamento eletrônico capaz de controlar em tempo real, processos sequenciais em meios industriais.
• Reduzidas dimensões;
• Grande fiabilidade;
• Facilidade de montagem;
• Possibilidade de se introduzirem modificações sem se mudar o cablado ou juntar outros aparelhos.
Desvantagens do CLP:
• O seu custo inicial;
• Necessidade de um técnico programador.
Estrutura externa
A estrutura externa pode ser:
• Compacta: O CLP apresenta num só bloco todos os seus elementos (fonte de alimentação, CPU, memórias, entradas/saídas, etc);
• Modular: O CLP divide-se em módulos que realizam funções específicas (fonte de alimentação, CPU, memórias, entradas/saídas, etc).
Estrutura interna
Com relação às entradas do CLP:
• Isentas de tensão (interruptores, fins de curso, contatos de relé);
• A corrente contínua ou a corrente alternada (detectores de proximidade, células fotoelétricas);
• Sinais digitais e analógico.
• Relé AC/DC para comutações não muito rápidas;
• Triac AC/DC para comutações muito rápidas;
• Transistor DC para cargas de baixo consumo, comutação rápida e elevado numero de operações);
• Sinais digitais e analógico.
Dispositivos de entradas do CLP (captadores/sensores):
• Interruptores;
• Fins de curso;
• Células fotoelétricas;
• Detectores de proximidade.
• Contatores;
• Eletroválvulas;
• Motores;
• Lâmpadas.
Montagem e Cablagem de CLPs
Os CLPs, estão preparados para trabalharem em ambientes severos. Contudo, quando corretamente montados e instalados em locais favoráveis, otimiza-se a sua fiabilidade e vida útil.
A montagem do CLP é na vertical, figura 1 no entanto, também são possíveis, em algumas marcas/modelos, outras posições de montagem. Para informação detalhada, consultar os respectivos manuais.
Cores dos Condutores
Alimentação 24 VDC
Linha + : vermelho
Linha – : preto
Alimentação 230 VAC*
Fase (L1): marron
Neutro (N): azul
Proteção (PE): verde/amarelo
Entradas do CLP (Inputs)
• Ligação de sensores passivos:
Linha + : vermelho
Linha – : preto
• Ligação de detectores com três fios:
Linha + : marron vermelho
Linha – : azul ou preto
Saída: preto branco
Saídas do CLP (Outputs)
24 VDC
Linha + : vermelho
Linha – : preto
230 VAC1
Fase (L1): marron
Neutro (N): azul
Circuitos trifásicos (400 VAC)*
Fases (L1, L2 e L3): marron, preto e cinzento
Neutro (N): azul
Proteção (PE): verde/amarelo
Ensaio da Montagem
Para o caso de automatismos de pequena complexidade, que se destinem a serem colocados num armário com todos os elementos aí cablados, o ensaio, tendo em atenção as normas de segurança aplicáveis, deve ser efetuado do seguinte modo:
1. Desligar os aparelhos que alimentam os vários circuitos:
• Circuito de potência: abrir seccionadores, desligar disjuntores-motor, fechar as alimentações pneumáticas e/ou hidráulicas, etc.
• Circuito das saídas: desligar o circuito de alimentação dos pré-atuadores;
• CLP: desligar o seu circuito de alimentação.
2. Verificar as regulações e as proteções dos aparelhos;
3. Ligar o cabo de alimentação do automatismo à rede elétrica e, após, estabelecer o fornecimento de energia;
4. Ligar o disjuntor da alimentação do CPL e verificar o seu funcionamento, atuando sobre os sensores. Proceder à afinação e regulação do programa;
5. Manter o circuito de potência desligado, ligar o circuito de alimentação das saídas do CLP e verificar o funcionamento dos pré-atuadores;
6. Ligar a alimentação do circuito de potência e proceder ao ensaio em carga do automatismo.
Para o caso de automatismos complexos, o ensaio deve ser feito recorrendo a simuladores que permitam verificar todas as situações de funcionamento.
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